domingo, 5 de junho de 2011

Creative Commons um passo em direção à Cultura Livre

O texto da Raiza fez-me lembrar de uma licença chamada “Creative Commons” algo que vem ao encontro do conceito colocado por nós de “Transição Simbiótica”... Esta licença “Creative Commons” é algo que aos poucos está sendo veiculado nos meios de comunicação, trata-se de um outro tipo de licença de direitos autorais, que vem com um viés ideológico e filosófico diferente e, algumas vezes, contrário ao Copyright©. O Copyleft - como é vulgarmente conhecido - propõe liberdades e licenças flexíveis ao conteúdo artístico e cultural produzido por músicos, cineastas, escritores, fotógrafos, blogueiros, jornalistas, etc... "Share, Remix, Reuse - Legally" (do inglês, Compartilhe, Faça Remix, Reúse - legalmente): este é o lema da organização. Sendo sem fins lucrativos, ela desenvolve, apoia e gerencia a infraestrutura técnica e legal no sentido de incentivar a criatividade digital, o compartilhamento e a inovação. Foi criada em 2001 em São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos, e está presente em mais de 40 países.
Mas porque surgiu “Creative Commons”?
Creative Commons surgiu com o intuito de popularizar uma obra, uma vez que redistribuir obras não autorizadas com Copyright configura-se crime, com penalidades previstas em lei. O problema é que o direito autoral possui uma estrutura que protege qualquer obra indistintamente, a partir do momento em que a obra é criada. Em outras palavras, qualquer conteúdo encontrado na Internet ou em qualquer outro lugar é protegido pelo direito autoral. Isso significa que qualquer utilização depende da autorização do autor. Muitas vezes isso dificulta uma distribuição mais eficiente das criações intelectuais, em detrimento da realização de todo o potencial da Internet. Há autores e criadores intelectuais que não só desejam permitir a livre distribuição da sua obra na Internet, mas podem também querer autorizar que sua obra seja remixada ou sampleada.

Essa licença chega perto do que seria uma cultura livre e/ou conteúdo aberto (open content)... e dos princípios políticos que Richard Stallman prôpos em relação ao software livre.

Conheça a licença Creative Commons:
Assista




Voltando ao assunto discutido no post da Raíza relacionado a música existe o site Jamendo, entre outros, dedicados a divulgação de música licenciada em "Creative Commons".

Interessante notar que em São Carlos tem uma banda relativamente conhecida que possui parte de seu conteúdo “licenciado” em Creative Commons, trata-se de The Dead Rocks, uma banda bastante conhecida no cenário da Surf Music e que hora ou outra apresenta-se no palquinho da Federal, é um show que vale a pena assistir, é bastante animado...







Referências:

Links relativos a explicação da licença "Creative Commons"
http://www.creativecommons.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=104&Itemid=1

http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/legalcode

http://artlibre.org/licence/lal/pt

Citações de Richard Stallman
http://pt.wikiquote.org/wiki/Richard_Stallman

Página pessoal de Richard Stallman
http://stallman.org/

Carta de Richard Stallman direcionada à Dilma Rouseff sobre a lei de direito autoral brasileira
http://stallman.org/articles/internet-sharing-license.pt.html

Notícia falando sobre a retirada do selo do "Creative Commons" do site do Ministério da Cultura do Brasil
http://www.creativecommons.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=144&Itemid=1

Repositório da Banda The Dead Rocks no Jamendo
http://www.jamendo.com/br/artist/The_Dead_Rocks_%284%29

Site oficial da banda
http://www.deadrocks.com.br/

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O "Kit Gay" seria uma transição positiva?

      Questionado sobre o fato de transição simbiótica ser positiva, utilizo este video preparado pelo MEC como parte do kit gay que seria divulgado nas escolas públicas de ensino fundamental, com temática homossexual. Seria essa uma iniciativa positiva para a aceitação da diferença sexual? Segundo especialistas o projeto tem uma ideia até plausível, porém os materiais não são adequados para crianças de 7 a 10 anos - alertam.  O positivo, aqui, apresenta-se na atitude do Governo em combater a homofobia na rede de educação básica - que contudo não é justificável.
         E é essa a nossa ideia. Por mais que pareça negativo os materiais elaborados, a começar pelo título de "Kit Gay", a ideia que subjaz tais erros é positiva, pois visa fazer da diferença algo semelhante a todos nós - sem ser utópicos em demasia.
       A transição é positiva, porém nem sempre é bem transitada, o que acaba por tornar-se não transição mas ruptura contemporânea o que vemos.
       Há outros videos neste kit, veja quais são nestes link's sugeridos: http://www.ogalileo.com.br/noticias/nacional/video-mec-fara-propaganda-do-homossexualismo-para-criancas-de-7-a-10-anos

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O Teatro Mágico, Zazulejo

    Música da banda O Teatro Mágico (que muitos já devem conhecer), que é destaque nos principais veículos de comunicação da internet, procurando explorar a questão do livre compartilhamento das músicas na internet defendendo a bandeira da musica livre, O Teatro Mágico passa, cada vez mais, a se apresentar com um perfil mais questionador e contestador.
    É importante ressaltar que, após o assédio para que o coletivo finalmente se integrasse ao mainstream musical, assumindo uma grande gravadora, uma grande assessoria de imprensa, uma grande produtora etc, o Teatro Mágico preferiu ser conservador na inovação que trouxe ao mercado: organizar e fazer as coisas ao lado do seu grande incentivador, patrocinador e produtor: o público. Assim, o CD é vendido a preços populares e a distribuição das músicas é gratuita e livre pela Internet, com a diferença que desta vez (terceiro trabalho da trupe), houve um investimento grande na produção dos fonogramas, comprovando assim, que mesmo no formato independente, é possível se fazer algo de qualidade e acessível.



 Zazulejo

Infelizmente o video apresenta somente o audio, mas espero de curtam!





“Ah eu tenho fé em Deus, né? Tudo que eu peço ele me ouci… né? Ai quan`o eu to com algum probrema eu digo: meu Deus! me ajuda que eu to com esse probrema! Ai eu peço muito a Deus… ai eu fecho meus olhos,né? Meu Deus me ouci na hora que eu peço pra ele, né? Eu desejo ir embora um dia pra Recife. Não vou porque tenho medo de avião, de torro…de torroristo…ai eu tenho medo né?
Corra tudo bem… se Deus quiser… se deus quiser…”

Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho, graxite, vrido, zaluzejo
“eu sou uma pessoa muito divertida”
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho, graxite, vrido, zaluzejo
“não sei falar direito”
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho, graxite, vrido, zaluzejo
“não sei falar”
Tomar banho depois que passar roupa mata. Olhar no espelho depois que almoça entorta a boca. E o rádio diz que vai cair avião do céu. Senhora descasada namorando firme pra poder casar de véu. Quando for fazer compras no Gadefour: Omovedor ajactu, sucritcho, leite dilatado, leite intregal. Pra chegar na bioténica, rua de parelepídico. Pra ligar da doroviária, telefone cedular. Quando fizer calor e quiser ir pra praia de Cararatatuba, cuidado com o carejangrejo.
Tem que ta esbeldi, não pode comer pitz, pra tirar mal hálito, toma água do chuveiro. No salão de noite, tem coisa que não sei. Mulé com mulé é lésba e homi com homi é gay. Mas dizem que quem beija os dois é bixcional…Só não pode falar nada, quando é baile de carnaval. Pra não ficar prenha e ficar passando mal, copo d’água e pílula de ontemproccional. Homem gosta de mulher que tem fogo o dia inteiro,cheiro no cangote, creme rinsa no cabelo. Pra segurar namorado morrendo de amor escreve o nome num pepino e guarda no refrigelador, na novela das otcho, Torre de papel, menina que não é virgem, eu vejo casar de véu
Se você se assustar e tiver chilique, cuidado pra não morrer de palaladi cadique. Tenho medo da geladeira, onde a gente guarda yogurte, porque no fio da tomada se cair água pode dá cicrutche. To comprando um apartamento e o negócio ta quase no fim
O que na verdade preocupa é o preço do condostim
O sinico lá do prédio, certa vez outro dia me disse:
Que o mundo vai se acaba no ano 2000 é o que diz o acalipse. Tenho medo de tudo que vejo e aparece na televisão. Os preju do Carajundu fugiram em buraco cavado no chão. Tesorista, assassino e bandido, gente que já trouxe muita dor. O que na verdade preocupa é a fuga do seucrostador. Seucrosta quem não tem dinheiro, quem não tem emprego e não tem condução. Documento eu levo na proxeca porque é perigoso carregar na mão. Mas quando alguém te disser ta errado ou errada. Que não vai S na cebola e não vai S em feliz. Que o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de X. Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz.

“e eu sou uma pessoa muito divertida…eles não inventavam nada… eu gostava de inventar as coisa
não sei falar direito…inventar uma piada, inventar uma palavra, inventa…uma brincadeira…não sei falar…me da um golinho… me da um golinho…”

E com muito prazer que eu convido agora todos aqueles que estão ouvindo esta canção. Para entoar em uníssono o cântico: Omovedor, Carejangrejo
Vamos aquecer a nossa voz cantando assim:
Omovedor, Carejangrejo, Omovedor, carejangrejo… Omovedor!

“omovedor… carejangrejo… só isso que eu tenho pra falar!"

domingo, 22 de maio de 2011

A transposição das ciências exatas à ciências humanas

Analisando pelo modo de que a revolução e as descobertas científicas podem influenciar diretamente outras áreas do conhecimento e assim “influenciar” os pensadores das ciências humanas ou os artistas de tal época (coisa que eu não gostaria de concordar plenamente). É interessante notar que nossa sociedade ocidental se baseia em princípios e em leis físicas de certa forma ultrapassadas (falando isso de maneira grosseira, lógico). Nossa economia, nosso modelo de sociedade é baseado no paradigma mecanicista (discurso bem presente no livro e filme o ponto de mutação de Fritjof Capra).

Bom, talvez analisar nossas vidas e nossa sociedade com base nestas “novas” leis da física e adequar o modelo se for cabível à nossa sociedade é uma tarefa necessária para não entrarmos em um colapso (uma vez que o atual modelo de sociedade, economia e talvez cultura comercial estejam desgastados), mas mesmo este novo modelo de enxergar o mundo (“física quântica”) que todos falam, é apenas um modelo e que possivelmente em um futuro deva ser readaptado. Também como todas as coisas não é uma verdade absoluta. Mas é um outro caminho e por ser quem sabe... de certa maneira incompleto, dá margem a inúmeras interpretações.


sábado, 21 de maio de 2011

Falando em transição...

Aproveitando o assunto sobre transição, um vídeo com um tema que mesmo hoje (tempos modernos) ainda é polêmico!




O título é The Flower. Ao que me consta, foi o trabalho final de um estudante da área de audiovisual, o curso não sei ao certo qual era, vou me informar e nos próximos posts confirmo essas informações!

E vocês, o que acham? A sociedade está preparada para passar por essa transição??

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Transição Simbiótica, por quê?

O nome de nosso blog segue a “onda” de Boaventura, o qual credita suas análises sociais numa ciência pós-moderna. Esta ciência seria um composto de todas as ciências, quais sejam: as exatas, as sociais e as biológicas. Uma estaria interligada a outra – às vezes mutuamente dependentes.
Bem, “Transição Simbiótica” oscila, ou melhor, transita estas interrelações. Por isso, qualquer nuance “estranha” de conteúdo é mero reflexo de que estamos neste campo enigmático, contingente e possível.
Embarque conosco nestas “águas secretas” e não fique preocupado em naufragar, pois isto, mais dia menos dia, será necessário e psicodelicamente incrível.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Antiguidades?

"Em um mundo onde muitas crianças aprendem a digitar antes mesmo de aprender a escrever, o que elas achariam de objetos que foram grandes novidades ontem, mas já viraram peças de museu hoje? 
O Itaú fez o teste ;-)"



E você, reconhece esses objetos?

terça-feira, 3 de maio de 2011

Esquerda ou direita?



"Uma Mão Com a Esfera Reflectora".

Com que mão Escher segura a esfera reflectora?

Ilusionismo


O alemão Maurits Cornelis Escher, mais
conhecido como M.C. Escher (1898-1972), foi um grande artista gráfico do século XX que explorava a imagem de uma maneira muito peculiar. As obras de Escher são verdadeiras “pegadinhas” visuais que enganam o cérebro e podem ser vistas por diversos ângulos diferentes, criando ilusões óticas fantásticas.

Vejam alguns trabalhos do mestre do ilusionismo pictórico; algumas delas foram mostradas no seminário que nosso grupo apresentou:







sábado, 23 de abril de 2011

Não sei distinguir no céu as várias constelações



Não sei distinguir no céu as várias constelações:
não sei os nomes de todos os peixes e flores,
nem dos rios nem das montanhas:
caminho por entre secretas coisas,
a cada lugar em que meus olhos pousam,
minha boca dirige uma pergunta.


Não sei o nome de todos os habitantes do mundo.
nem verei jamais todos os seus rostos,
embora sejam meus contemporâneos.


Não, não sei, na verdade, como são em corpo e alma
todos os meus amigos e parentes.
Não entendo todas as coisas que dizem,
não compreendo bem de que vivem, como vivem,
como pensam que estão vivendo.


Não me conheço completamente,
só nos espelhos me encontro,
tenho muita pena de mim.


Não penso todos os dias exatamente
do mesmo modo.
As mesmas coisas me parecem a cada instante diversas.
Amo e desamo, sofro e deixo de sofrer,
ao mesmo tempo, nas mesmas circunstâncias.


Aprendo e desaprendo,
esqueço e lembro,
meu Deus, que águas são estas onde vivo,
que ondulam em mim, dentro e fora de mim?


Se dizem meu nome, atendo por hábito.
Que nome é o meu?
Ignoro tudo.


Quando alguém diz que sabe alguma coisa,
fico perplexa:
ou estará enganado, ou é um farsante
- ou somente eu ignoro e me ignoro desta maneira?


E os homens combatem pelo que julgam saber.
E eu, que estudo tanto,
inclino a cabeça sem ilusões,
e a minha ignorância enche-me de lágrimas as mãos.


1960
Cecília Meireles
In: O Estudante Empírico (1959-1964)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Homem Pós-Moderno

O termo pós-modernidade tem sido usado a fim de designar uma nova condição histórica, ulterior à Moderna. Contudo, quando se dá o término da Idade Moderna e inicia-se a subsequente?
Desde sua primeira aplicação até os dias hodiernos, o conceito “pós-modernidade” tem gerado inúmeras controvérsias. Quem primeiro fez uso e expandiu tal conceito foi o filósofo francês Jean-François Lyotard, na obra “A Condição Pós-Modernidade” (1979). Segundo o autor, a pós-modernidade é sublinhada como “o fim de uma tradição de mudança e ruptura”.
Consideramos, então, esse “fim” sobretudo a década de 1960: anos em que se findam os movimentos de contracultura, nos quais a juventude se comportava de maneira arbitrária aos valores estabelecidos pela sociedade. E principia-se um novo estilo de capitalismo, uma vez que as máquinas (indústrias) deram lugar às “máquinas de imagens”, a saber, televisão, computador, internet, isto é, à Era digital - por enquanto dependente da mão-de-obra humana.
E, hoje, ao analisarmos o prefixo “pós”, constatamos que seu emprego tem caráter mais de amaldiçoar a modernidade do que de elaborar algo novo a partir dela. Isto se justifica pelo fato de, na Modernidade, depararmo-nos com acontecimentos tão penosos à humanidade, como, por exemplo, as duas guerras mundiais, Aushwitz e Hiroshima. Centrado nestes atentados, o homem pós-moderno, ainda, prende-se ao passado e não se lança, outra vez mais, ao desconhecido, à conquista do novo.
      Resta-nos, enfim, avaliar nossas preocupações, reflexões e anseios para que, assim, saibamos se continuamos a viver o ciclo repetitivo de “exorcizar” a Modernidade, ou se ensejamos viver a pós-modernidade com suas implicações e contingências abstrusas.